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Nascimento e morte

No Reformador de 16 de setembro de 1934, páginas 504-505, encontramos um obituário de Abel Gomes. O texto informa que Abel nascera em 1877 e que teria, portanto, 57 anos quando de seu desencarne ocorrido no dia 16 do mês anterior. Contudo, considerando 1877 como ano de nascimento, Abel só atingiria seu 57º aniversário mais tarde, em 30 de dezembro do ano de seu passamento. Ele teria 57 anos na data de sua morte apenas se seu nascimento tivesse ocorrido no ano anterior, o que pudemos constatar ao receber sua Certidão de Bastismo, requerida na Paróquia e Santuário de Nossa Senhora da Conceição, em Senador Firmino, Minas Gerais.

Como se vê, em 1877, no dia 7 de janeiro, Abel fora batizado. O nascimento ocorreu antes, de fato em 1876. Segundo informações do Cartório de Senador Firmino – ao tempo de Abel, Conceição do Turvo – os registros civis tiveram início apenas em 1889.
Santuário de Nossa Senhora da Conceição, 2007 (foto na página do Facebook do Santuário)

Morte

Seguindo os registros feitos pelo Reformador, identificamos no número de 1 de julho de 1934, páginas 262-264, o poema intitulado “A Dor”, de autoria de Abel Gomes, datado de março daquele ano e dedicado ao seu sobrinho, Ismael Gomes Braga.

Dois meses depois, na edição de 16 de setembro do mesmo ano, conforme mencionamos há pouco, o Reformador noticia sobre a morte de Abel.
Na Certidão de Óbito, recentemente requerida no cartório do município, pudemos identificar a causa da morte, não mencionada no referido número do mensário da Federação Espírita Brasileira.

Abel faleceu em decorrência de “câncer gástrico”, conforme consta no documento.
Não sabemos quando Abel foi acometido pelo câncer ou quando se deu o diagnóstico. Sabemos apenas que neoplasias podem acarretar dores fortes e, por conseguinte, causar grandes sofrimentos ao doente. A poesia “A Dor” data de cinco meses antes de seu passamento e sua escrita pode ter tido relação com o adoecimento do autor. A dedicatória ao sobrinho – com quem Abel tinha uma relação muito próxima -, pode ser uma tentativa de abrandar eventuais preocupações de Ismael com o estado do tio, de demonstrar a disposição de Abel perante a enfermidade.
A poesia, no Reformador, não vem acompanhada de nota explicativa, nem mesmo de qualquer apresentação do autor. A primeira menção a Abel Gomes se deu muitos anos antes e é apenas nominal. Na edição de 16 de março de 1913 do periódico da Federação, Abel compõe uma lista de novos assinantes de uma revista esperantista publicada na Europa.
Analisando ainda o conteúdo da Certidão de Óbito, notamos o registro do endereço residencial de Abel à rua “Manoel Hyppolito”, hoje Manoel Hipólito, a mesma da Cabana Espíritas Abel Gomes, porém sem o número predial. Em contato com o sr. Luciano, membro atual da diretoria da Cabana, soubemos que Abel residia em uma casa localizada de frente para a instituição. Luciano nos informou também que a construção foi demolida e hoje, onde foi a residência de Abel, há apenas um terreno vago.
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Acervo Reformador digital. Pesquisa por “Abel Gomes”. Ocorrência 2/243
Acervo Reformador digital. Pesquisa por “Abel Gomes”. Ocorrência 3/243
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Spiritisma Esperanto-Asocio

3 replies on “Nascimento e morte”

Não é estranho que os registros de nascimento tenham sido feitos na Igreja Católica: como essa a religião oficial do Império, a única forma de registro civil era justamente o certificado de batismo. Ou seja, todo brasileiro, para ser reconhecido como tal, devia forçosamente ser batizado, contando como membro da ICAR.

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